Os conteúdos que serão exibidos incluem, entre outros, manuscritos científicos árabes da Biblioteca e Arquivo Nacionais do Egipto; a famosa Bíblia do Demônio do século 13, da Biblioteca Nacional da Suécia; trabalhos de caligrafia árabe, persa e turca de coleções da Biblioteca do Congresso dos EUA e fotos históricas cedidas pela Biblioteca Nacional do Brasil.
A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos propôs à Unesco a criação da BDM pela primeira vez em 2005. Para desenvolver o projecto, a equipe da biblioteca norte-americana contou com assistência técnica da Biblioteca Alexandrina de Alexandria, no Egipto.
Bibliotecas nacionais e instituições culturais e educacionais do Brasil, China, França, Japão, México, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e diversos outros países contribuíram com conteúdos e expertise para formar a BDM.
Expandir o conteúdo não-ocidental na internetA Fundação Biblioteca Nacional explica que um dos objetivos da BDM é expandir o volume e a variedade de conteúdos na internet de forma a prover recursos a educadores, pesquisadores e ao público em geral, além de capacitar instituições parceiras a reduzir a exclusão digital entre os países e dentro deles.
Segundo a Unesco, em muitos países em desenvolvimento pouco tem sido feito para digitalizar coleções e disponibilizá-las na internet. O resultado é que a distribuição de material digital é irregular no que tange a regiões geográficas, culturas, línguas e tipos de instituição.
Outro motivo apontado pela Unesco foi a dificuldade de procurar e encontrar conteúdo semelhante em diversas línguas na web. Muitos recursos de busca e navegação, que pessoas jovens estão acostumadas a encontrar em sites comerciais, ainda não são oferecidos por páginas culturais e educacionais na internet, mantidas por bibliotecas, arquivos e outras instituições culturais.
A Unesco informa que os principais objetivos da BDM são promover a compreensão e a consciência internacional e intercultural, bem como expandir o conteúdo não-ocidental na internet. Segundo a Unesco, outro objetivo de médio prazo é oferecer conteúdo em línguas faladas por grandes parcelas da população mundial, como o hindu, japonês e o alemão.
Patrimônio cultural de diferentes paísesCom cartas, fotos e mapas digitalizados, entre outros documentos, a BDM funcionará em árabe, chinês, inglês, francês, português, russo e espanhol, mas terá conteúdos em vários outros idiomas.
Descrições de cada item e vídeos elaborados por curadores especializados contextualizarão os conteúdos com o objetivo de provocar a curiosidade dos usuários e incentivar estudantes e público em geral a saber mais sobre o patrimônio cultural de diferentes países, explicam os organizadores.
Do Brasil, segundo a Fundação Biblioteca Nacional, foram enviados para esta primeira fase da Biblioteca Digital Mundial 1,5 mil mapas raros dos séculos 16 a 18, além de 42 álbuns com cerca de 1,2 mil fotografias pertencentes à Coleção Thereza Christina Maria, doada pelo imperador D. Pedro 2° à Biblioteca Nacional.
Arquivos digitalizados dos patrimônios da humanidade do Programa Memória do Mundo da Unesco, à qual pertence a coleção de fotografias do imperador, também fazem parte do acervo da Biblioteca Digital Mundial.
Autor: Carlos Albuquerque
Revisão: Augusto Valente
Fonte: Deutsch Welle - 19-04-009